terça-feira, 1 de junho de 2010

JARDIM BOTÂNICO DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA


O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa é um jardim científico, projectado em meados do século XIX. Começado a plantar em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, acabou por ser inaugurado em 1878. Foi desde logo considerado um moderno e útil complemento para o ensino e investigação botânicas na Escola Politécnica, escola símbolo dos novos rumos de progresso social e científico que a revolução liberal trouxe a Portugal.
O local escolhido no Monte Olivete para a implantação do novo jardim tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado desde o colégio jesuíta da Cotovia aqui sediado, com o seu Horto Botânico.
A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal.
A elevada qualidade do projecto, bem ajustado ao sítio e ao ameno clima de Lisboa, cedo foi comprovada. Mal acabadas de plantar, segundo o caprichoso desenho das veredas, canteiros e socalcos, interligados por lagos e cascatas, as jovens plantas rapidamente prosperavam, ocupando todo o espaço e deixando logo adivinhar como, com o tempo, a cidade viria a ganhar o seu mais aprazível espaço verde e o de maior interesse cénico e botânico. Em pleno coração de Lisboa e em forte contraste com o seu bulício, as cores e as sombras, os cheiros e os sons do Jardim da Politécnica dão recolhimento e deleite. E, tratando-se de um jardim botânico, outras funções desempenha o Jardim, que não apenas as de lazer e recreio passivo.
As colecções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efectivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção.
Algumas colecções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculariedades dos microclimas criados neste Jardim.
Na esteira do que acontece na generalidade dos jardins botânicos, também este Jardim, em estreita colaboração com os restantes museus da Politécnica desenvolve, em permanência, activos programas de educação ambiental, para os diferentes níveis etários da população estudantil e oferece visitas temáticas guiadas.


Sem comentários:

Enviar um comentário